"O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem." (Rubem Alves)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

IGNORANDO AS INTEMPÉRIES E EDUCANDO PARA O TRÂNSITO

Da Creche Helena Pontes, Quixeramobim/CE, recebi convite para, mais uma vez, participar de uma conversa com as crianças e, também, de uma caminhada em prol da educação para o trânsito, idealizada pelas educadoras atuantes naquela unidade. A mencionada creche desenvolve, há mais de um ano, projeto voltado a sensibilizar as crianças que por lá são atendidas. Já testemunhei, participei e até postei aqui no blog um registro desse trabalho que a equipe de profissionais da Creche Helena Pontes resolveu abraçar.
Assim sendo, compareci hoje (27/09/2013) à Creche Helena Pontes e, mais uma vez, pude constatar a dedicação daquelas educadoras. Participei da caminhada, conversei com as profissionais e, em particular troquei algumas ideias com a Coordenadora da unidade educacional, a pedagoga Aurelina Oliveira. Em momento algum ela me falou a respeito das dificuldades para desenvolver seu trabalho, contudo, não posso deixar de comentar, existem deficiências estruturais visíveis, a começar pelo próprio prédio...

No que se refere aos quesitos boa vontade, abnegação, profissionalismo e, sobretudo, perseverança, a creche é muitíssimo bem servida! 
Da visita à Creche Helena Pontes, de tudo que mais uma vez testemunhei e, principalmente, da prosa com a amiga Aurelina, pude concluir que não é razoável que esperemos condições ideais para seguirmos com uma missão (sobremaneira quando acreditamos no que fazemos!). É levá-la adiante, ignorando as intempéries e desbravando o território hostil das inúmeras dificuldades que abriremos clareiras e a luz brilhará... 
Deixo, para reflexão, mais uma do mestre Rubem Alves (dessa feita, no livro Do universo à jabuticaba): “Os saberes são navios. Para se construir navios é preciso ciência. [..] A ciência é filha dos sonhos. Caravelas não se fazem sem recursos econômicos. Mas recursos econômicos não fazem caravelas. Educação não se faz sem recursos econômicos. Mas recursos econômicos não fazem educação”. O SONHO É IMPRESCINDÍVEL...



FILHAS SÃO INDENIZADAS PELA MORTE DOS PAIS EM ACIDENTE

"Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim"...
Citando em seu voto a música que Sérgio Bittencourt fez para o pai falecido, Jacob do Bandolim, o desembargador André Leite Praça acatou em parte recurso de ação indenizatória por danos morais e materiais das duas filhas de um casal que faleceu em decorrência de um acidente de trânsito. A 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou R$200 mil para a indenização por danos morais.
Em 12 de junho de 2011, os pais de A.B.S. e E.V.S. viajavam na rodovia MG 050 no sentido Divinópolis-Formiga quando bateram de frente com outro carro que trafegava no sentido contrário ao desviar de uma vaca. Os dois morreram no local do acidente.
A concessionária da rodovia MG-050 Nascentes das Gerais alegou que não há como imputar à concessionária a responsabilidade por danos causados pela invasão de animais na pista, pois seria impossível fiscalizar a rodovia em todos os pontos simultaneamente, durante 24 horas todos os dias. E sustentou ainda que não houve comprovação de que o acidente tenha ocorrido pela existência de animal na pista, o que afastaria sua responsabilidade.
Em Primeira Instância, o juiz da comarca de Formiga condenou a empresa a indenizar R$80 mil para cada uma das filhas do casal, mas não acatou o pedido de pensão mensal.
Insatisfeitas as partes recorreram. O relator, desembargador Leite Praça acatou parcialmente o pedido das filhas aumentando a indenização para R$100 mil a cada uma, pois entendeu que houve negligência da concessionária em seu dever de fiscalizar. A prova documental demonstra que o acidente, de fato, foi ocasionado pela invasão da pista por uma vaca, confirmou o relator.
E continuou, os filhos que perdem os pais em um acidente trágico e violento, como o que ceifou a vida das vítimas, sofrem uma dor e uma perda moral irreparáveis. Em casos como ora em julgamento, o dano moral resultante da morte do ente querido é presumível.
Com relação ao pedido de pensão mensal, o desembargador entendeu que o pedido não deve ser acatado pelo fato de as filhas das vítimas serem maiores e exercerem atividade remunerada - professora e vendedora, respectivamente.
Os desembargadores Evandro Lopes da Costa Teixeira e Eduardo Mariné da Cunha votaram de acordo com o relator.

Veja aqui o acórdão. Para ouvir a música música de SÉRGIO BITTENCOURT, imortalizada na voz de NELSON GONÇALVES (citada na decisão comentada neste post), clique aqui.